A presidente eleita Dilma Rousseff deve anunciar pelo menos 21 ministros na próxima semana - caso não seja criado nenhum novo ministério. O objetivo é fechar a equipe ministerial até sexta (17), quando ela será diplomada presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A equipe atual tem 37 pastas, entre ministérios e secretarias nas quais o titular tem status de ministro,
Até agora, Dilma anunciou 16 nomes, a maioria com características de indicação política, não técnica. Na última quarta (6), ela fechou as nomeações dos
ministros peemedebistas. Maior partido da base aliada, o PMDB reivindicou cinco ministérios.
Por meio de nota, a presidente anunciou que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) voltará a comandar o Ministério de Minas e Energia no futuro governo; Wagner Rossi permanecerá como ministro da Agricultura; o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) vai assumir o Ministério do Turismo; o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) ocupará o Ministério da Previdência; e o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco vai liderar a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Mulheres
A presidente também se preocupou em reforçar a equipe feminina na futura equipe ministerial. A jornalista Helena Chagas vai substituir Franklin Martins na Secretaria de Comunicação Social, cargo com status de ministro.
OS MINISTROS CONFIRMADOS POR DILMA |
Ministro | Partido | Ministério |
Alexandre Tombini | sem partido | Banco Central |
Alfredo Nascimento | PR | Transportes |
Antonio Palocci | PT | Casa Civil |
Edison Lobão | PMDB | Minas e Energia |
Garibaldi Alves | PMDB | Previdência |
Gilberto Carvalho | PT | Secretaria Geral |
Guido Mantega | PT | Fazenda |
Helena Chagas | sem partido | Secretaria de Comunicação Social |
Ideli Salvatti | PT | Pesca |
José Eduardo Cardozo | PT | Justiça |
Maria do Rosário | PT | Secretaria de Direitos Humanos |
Miriam Belchior | PT | Planejamento |
Moreira Franco | PMDB | Secretaria de Assuntos Estratégicos |
Paulo Bernardo | PT | Comunicações |
Pedro Novais | PMDB | Turismo |
Wagner Rossi | PMDB | Agricultura |
Três mulheres petistas também terão pastas do governo Dilma. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) ficará com a Secretaria de Pesca e Aquicultura, e a deputada Maria do Rosário (PT-RS), vai comandar a Secretaria Especial de Direitos Humanos. Já a atual coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, foi indicada para o Ministério do Planejamento.
'A cara da Dilma'Em entrevistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não influenciaria nas escolhas de ministros para o futuro governo e afirmou que o ministério de Dilma tem que
ser “a cara” dela.
Mas a futura equipe ministerial terá pelo menos dez pessoas que já faziam parte do governo anterior, entre eles o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que será ministro das Comunicações, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, indicado para a Secretaria Geral da Presidência, e o deputado Antonio Palocci, que retorna à Casa Civil, depois de cair no governo Lula após o escândalo da quebra de sigilo do caseiro Francenildo.
A presidente eleita não vai manter o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, na pasta. No entanto, ela deve indicar uma pessoa próxima ao chanceler e que ocupa cargo de destaque no atual governo- o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota. Nesta sexta (10),
Amorim confirmou que Dilma convidou Patriota.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ficará no cargo. Apesar de ser do PMDB, a indicação dele é considerada da “cota pessoal” de Dilma. Para satisfazer outro partido aliado, o PR, a presidente eleita decidiu trazer de volta ao comando do Ministério dos Transportes o senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) será o ministro da Justiça. Ele foi um dos chamados "três porquinhos" na campanha presidencial. A nomenclatura foi dada carinhosamente por Dilma aos três principais colaboradore dela - Cardozo, Palocci e o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Distribuição entre partidos
Até o momento, o ministério de Dilma tem seis peemedebistas, sete petistas e um integrante do PR - Helena Chagas e Tombini não têm filiação partidária.
Quatro petistas são dados como nomes certos para reforçar a presença do partido no futuro governo. O senador Aloizio Mercandate (PT-SP), que saiu derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, deve assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) pode ficar com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), é cotado para permanecer no cargo ou assumir outro ministério.
Segundo fontes do governo de transição, o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, também pode continuar na pasta no governo Dilma.